A ação, realizada nas tendas preparadas para o efeito, no bairro da Quinta da Mina, já terminou. Até ao momento são nove os infectados pelo SARS-Cov-2, e que habitam na Torre 6 deste bairro, onde residem mais 31 pessoas.
Luís de Sousa, presidente da autarquia, admite a hipótese de estender os testes a todos os moradores da Quinta da Mina.
Paralelamente, de acordo com Sílvia Vítor, vereadora com o pelouro da Ação Social, vai ainda ser testada uma família não residente neste bairro, mas que tem contacto com os nove infectados pela COVID-19.
Delegado regional de saúde e Ministra da Saúde rejeitam cordões sanitários
A implementação de um cordão sanitário no concelho, segundo Mário Durval, delegado regional de saúde de Lisboa e Vale do Tejo , “não faz qualquer sentido”, defendendo que basta o isolamento dos infectados pela COVID-19.
“Um cordão sanitário a quê? A um bairro? Não sei se fará sentido. Se a situação está restrita a umas quantas pessoas, é isolar as pessoas dessas famílias e garantir que não andam a passear pela vila”, afirmou o delegado regional de saúde, em declarações à agência Lusa.
Já a Ministra da Saúde, Marta Temido, garantiu também esta segunda-feira que não existem na Área Metropolitana de Lisboa (AML) situações epidemiológicas de COVID-19 que justifiquem a adoção de cercas sanitárias.
“Naturalmente que, se houver alguma evolução da situação, que neste momento não está patente nos números de que dispomos, que exija uma medida dessa tipologia, isso poderá ser considerado”, ressalvou a governante, citada pela Lusa.
Relembre-se que a hipótese de colocar uma cerca sanitária no bairro da Quinta da Mina foi colocada por Luís de Sousa, que revelou ainda, na reunião de Câmara realizada esta tarde, que alguns destes nove infectados – muitos deles assintomáticos ou com poucos sintomas -, com o novo coronavírus deslocaram-se a Santarém no último fim de semana.
Segundo Sílvia Vítor, este grupo deslocou-se a Santarém devido à necessidade de irem ao hospital com um bebé de três meses, após terem entrado em contacto com a Linha Saúde 24. “Eles avisaram que estavam infetados com coronavírus e como Vila Franca não está a realizar testes, foram para Santarém”, justificou a vereadora.
Reunião com Secretário de Estado agendada para amanhã
Contudo, sem a previsão da criação de um cerco sanitário para a Torre 6 da Quinta da Mina, o presidente da autarquia afirmou que amanhã estará reunido com a Administração Regional da Saúde (ARS) e Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e coordenador Covid da região de Lisboa e Vale do Tejo.
O intuito desta reunião será decidir o que será feito em relação às medidas a serem tomadas neste bairro. Para já, está em cima da mesa a separação das pessoas que estão infetadas das que não estão, deslocando-as para as Zonas de Concentração e Apoio à População (ZCAP) do concelho.
Porém, Luís de Sousa continua a defender a criação de um cerco sanitário na Torre 6, visto que, dados os últimos acontecimentos, “é difícil que eles acatem as ordens da saúde pública”. Caso este cerco não seja aplicado, haverá um reforço policial.
(com Lusa)