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Na sequência das últimas notícias que dão conta dos maus cheiros na vila de Azambuja, provenientes do aterro, o PSD veio mostrar a sua posição sobre a atividade do mesmo.
A oposição, liderada pelo vereador Rui Corça, é contra a presença do aterro, desde a sua instalação, em Azambuja, e defendem que a sua atividade engloba uma série de ilegalidades.
Em comunicado de imprensa, o PSD diz que este aterro recebe inúmeros resíduos “para além dos simples entulhes inertes”, situação que já teria sido denunciada antes deste aterro ser licenciado. “A lista de resíduos admitidos no aterro é, só por si, criadora de um perigo potencial para a população, pela distância que está das nossas casas e por estar construído por cima de um lençol freático onde é captada água que bebemos”, escreve o partido na mesma missiva.
O partido acusa ainda Luís de Sousa, presidente da Câmara Municipal, e o vereador Silvino Lúcio, ambos do Partido Socialista (PS), de não “tomarem nenhuma posição nem atitude”, evitando ao mesmo tempo falar sobre esta questão.
Relembre-se que este aterro, situado na Quinta da Queijeira, está autorizado a receber depósitos de amianto, desde que “não sejam depositados em células destinadas a resíduos não perigosos biodegradáveis”.
Tendo em conta que este aterro apenas tem uma célula, subentende-se que o amianto é depositado juntamente com os resíduos não perigosos, violando assim o Decreto-Lei que regula a deposição de resíduos em aterros.
“Está provado que existem resíduos biodegradáveis no aterro”, que têm sido responsáveis pelos maus cheiros dos últimos dias em Azambuja. São ainda estes resíduos que levam a uma “consequente contaminação do subsolo”.
Como noticiado ontem pelo Correio de Azambuja, este aterro poderá vir a fechar portas já no inicio de janeiro, uma vez que a única célula de depósitos está cheia e não há autorização, por parte da autarquia, para a abertura de novas células.
Se este cenário se der, cumpre-se assim a vontade da oposição que quer “o aterro encerrado e sem oferecer perigo para as pessoas de hoje”. Relembre-se que o PSD é um dos partidos que mais tem vindo a contestar a presença do aterro, tendo o vereador Rui Corça denunciado e questionado este tema “em mais de 50 reuniões” de câmara.
A instalação do aterro, da responsabilidade da empresa Triaza, foi proposta ainda no mandato de Joaquim Ramos, antecessor de Luís de Sousa. Na época, o PSD propôs uma ação para anular, na Câmara e na Assembleia Municipal, a declaração de interesse público associada à instalação do aterro, tendo conseguido a sua anulação com sucesso.
Rute Fidalgo com PSD Azambuja Imagem: Triaza/Arquivo