As obras na Rua Engenheiro Moniz da Maia e na Rua Vítor Cordon, duas das principais artérias da vila de Azambuja, e que preveem a substituição do piso empedrado por alcatrão, vão começar este durante este mês de Novembro. A novidade foi adiantada pelo presidente da Câmara, Silvino Lúcio, em reunião de Câmara.

Recorde-se que o início desta intervenção está anunciada há mais de um ano, mas só há pouco tempo é que a obra foi adjudicada. No entanto, há alguns autarcas que são contra a substituição do piso, como por exemplo a vereadora do Chega, Inês Louro, que considera que a intervenção irá “acabar com o pouco que resta do comércio local”.

Na mesma reunião do executivo, a vereadora e antiga presidente de junta de Azambuja relembrou que, em tempos, foi aprovada, por unanimidade, uma moção na Assembleia de Freguesia de Azambuja que contestava a intervenção. Inês Louro criticou a ação de Silvino Lúcio e do seu antecessor, Luís de Sousa, que, na sua opinião, adjudicaram a obra sem ter o documento em conta, e sem ouvir os comerciantes, que, durante um ano, irão ser confrontados com as obras, que preveem a retirada de todos os paralelos e o posterior alcatroamento do piso, considera.

Contudo, e embora o anterior executivo da junta de freguesia se tivesse manifestado contra a obra, a verdade é que o presidente recém-empossado da Junta de Freguesia de Azambuja, André Salema (PS), não segue essa ideia. “Penso que as pessoas quando se aperceberem da obra que estamos a começar, vão concordar que as melhorias serão tantas e a tantos níveis, que irão concordar”, diz o autarca ao Correio de Azambuja e acrescenta: “vai ser possível melhorar o pavimento, resolver problemas de inundações, haverá mais escoamento e menos barreiras para a população”.

Para André Salema, esta é ainda “uma oportunidade única de aproveitar uma comparticipação de fundos europeus”, que, recorde-se, vai comparticipar a obra em cerca de metade do valor total, mas concorda que a intervenção vai trazer algumas dificuldades aos comerciantes. Porém, a obra “será dividida em seis fases distintas, exatamente para minimizar os transtornos”, e André Salema admite que vai acompanhar todo o processo da obra e irá interpelar, se necessário, o executivo da Câmara sobre alguma melhoria ou correção.

O Correio de Azambuja foi também ouvir alguns comerciantes das lojas nas ruas que vão ser intervencionadas. A maioria considera que as obras vão trazer sérias dificuldades ao comércio tradicional. Uma dessas opiniões é de João Jordão, proprietário de duas lojas de roupa na Rua Engenheiro Moniz da Maia, e que critica a altura escolhida para o arranque das obras, uma vez que apanha o Natal, o período mais forte de vendas.

“A Câmara devia ter informado os comerciantes com mais antecedência, e esperar para iniciar a intervenção em janeiro”, defende João Jordão, que apesar de tudo, concorda com a realização da obra. A mesma opinião é partilhada pelo proprietário da pastelaria A Favorita, na Rua Engenheiro Moniz da Maia. Fernando Serra concorda com a realização da intervenção, mas critica a duração da mesma, defendendo que a autarquia deveria dar benefícios ou contrapartidas aos comerciantes para compensar o tempo de duração das obras.

Este comerciante aproveitou ainda a nossa reportagem para pedir à autarquia que aproveite a intervenção para criar mais lugares de estacionamento na vila de Azambuja e que limite o estacionamento até uma hora na Rua Engenheiro Moniz da Maia, apelo este que também foi deixado por Daniel Veríssimo, responsável de loja numa oculista situada na mesma rua. Sobre a mudança do piso empedrado por alcatrão, este comerciante é da opinião que um ano é “demasiado tempo”, mas concorda que a intervenção seja feita, não só por causa das poças de água, mas também por causa da segurança das pessoas.