Nos últimos dias, têm chegado relatos de moradores sobre o mau cheiro que se sente na vila de Azambuja. Este problema, resultante da atividade do aterro da Triaza (empresa que gere o espaço), está a indignar os populares e o caso já chegou à imprensa nacional.

Sabe-se ainda que este aterro, está a ficar sem espaço para novos depósitos, pelo que, caso não consiga uma nova célula, terá que fechar portas já no início do ano.

Triaza e Câmara Municipal em guerra no tribunal

Segundo o que se sabe, a Triaza – que detém um alvará de exploração até 2021-, quer abrir mais uma célula de depósitos, tendo até já pedido autorização à Câmara Municipal para o fazer.

Luís de Sousa, em declarações ao Correio de Azambuja, explicou que, de momento, não está a autorizar a abertura de novas células, visto que o caso em tribunal, derivado a um processo colocado pela Triaza à autarquia.

Sem novas células, e logo, sem espaço para novos depósitos, o aterro poderá ter de fechar as portas.

Zona do Valverde é a mais afectada

Como o Correio de Azambuja pôde comprovar, na zona da ribeira do Valverde, junto ao supermercado Aldi, os cheiros são bastante intensos, não só por culpa do aterro, mas também de supostas descargas de uma pecuária ali perto, como denuncia uma fonte ouvida pelo nosso jornal.

De acordo com o presidente da Câmara Municipal, a questão dos maus cheiros, mas também da presença constante de aves no aterro, está a ser acompanhada pela autarquia, que, diariamente, fornece informações sobre este assunto às entidades competentes – Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Ministério do Ambiente, e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT).

Amianto é legal

Este aterro, situado a poucos metros da vila de Azambuja, recebe todo o tipo de resíduos, muitos deles compostos por amianto, um produto que, como se sabe, pode levantar sérios problemas de saúde pública. Problema este que foi levantado no passado verão, com alguns moradores a questionarem-se sobre a legalidade do depósito deste produto no aterro.

Em reunião de câmara realizada em outubro, e quando confrontado por António Pires – um dos prejudicados pela atividade do aterro e que se tem batido nos últimos tempos sobre esta questão -, Luís de Sousa responde-lhe que a presença do amianto no aterro da Triaza é legal, e que sobre isso não há nada a fazer.

Triaza não dá esclarecimentos

Contactada pelo Correio de Azambuja, a Triaza remete as questões para a SUMA, empresa que gere a recolha e tratamento de resíduos, à qual não conseguimos chegar a nenhum contacto até ao momento.

Rute Fidalgo com Paulo Ferreira de Melo
Imagem: Triaza