O presidente da Junta de Freguesia de Azambuja, André Salema, defendeu, na última Assembleia de Freguesia, que quer ajudar a combater o problema da falta de médicos no concelho de Azambuja. Para tal, o autarca já pediu um parecer à Associação Nacional das Freguesias (ANAFRE) para saber em que moldes a Câmara Municipal pode contratar médicos.
Na mesma reunião, o presidente da Junta de Azambuja revelou-se estar preocupado com a situação no concelho, onde, a partir de setembro, mais de 88% da população irá ficar sem médico de família. Para André Salema, é ainda importante “arranjar uma estratégia” que permita trazer os profissionais de saúde para o concelho, uma vez que, nos últimos concursos nacionais, nenhum médico concorreu para Azambuja. Uma destas estratégias, passa pela contratação de médicos através de empresas de prestação de serviços.
Ao mesmo tempo, o presidente da Junta de Azambuja quer também a colocação de um Balcão SNS 24 na freguesia. Recorde-se que este serviço já existe na freguesia de Vale do Paraíso e permite pedir receitas médico, a isenção de taxas moderadoras, marcar, desmarcar e remarcar consultas médicas, entre outros. Neste sentido, o autarca revelou que já teve reuniões com a Administração Regional da Saúde (ARS) com esse objetivo, acrescentando ainda que quer também reunir-se com a Ordem dos Médicos para ajudar a minimizar o problema da falta de médicos no concelho de Azambuja.
Atualmente existem apenas dois médicos de família em todo o concelho de Azambuja, sendo que os utentes estão a ser encaminhados para Benavente ou para a Póvoa de Santa de Iria para terem uma consulta. Por enquanto, e de acordo com uma fonte ligada à saúde, e ouvida pelo Correio de Azambuja, esta situação manter-se-à por tempo indeterminado, até surgirem novas indicações do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES).
Ao Correio de Azambuja, Armando Martins, porta-voz do Movimento Cívico pela Saúde, conta que fez uma reclamação ao Provedor do Utente, assim como também já fez chegar, ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, uma missiva a apelar que tome uma posição sobre esta matéria. “O Ministério da Saúde não está a cumprir com os direitos dos utentes de Azambuja”, lamenta Armando Martins, que chegou ainda a propor, à direção do Centro de Saúde de Azambuja que “passe um documento para que as pessoas possam atendidas nos médicos privados”, de forma a reduzir o impacto da falta de profissionais.
Devido à situação precária na saúde em Azambuja, o Movimento irá ainda realizar, no dia 23 de setembro, sexta-feira, às 17h30, uma marcha lenta pela Estrada Nacional 3, entre Vila Nova da Rainha e Azambuja, para contestar a falta de médicos no concelho.
O último concurso para a contratação de novos médicos ficou deserto em Azambuja. No total, haviam três vagas para o concelho, que ficaram por preencher, mesmo após a Câmara Municipal de Azambuja ter aprovado um conjunto de benefícios para estes profissionais, e que passam por uma comparticipação no arrendamento de casa, carro de serviço, acesso gratuito à piscina municipal e a eventos culturais, e ainda isenção em diversas taxas municipais.