Ricardo Correia, comandante dos bombeiros de Azambuja, é o porta-voz de todas as corporações que se movimentam na área servida pelo hospital de Vila Franca de Xira, e que desde que passou para a gestão pública, está a preocupar profissionais, utentes e agora os bombeiros.
Assim, em carta aberta, pedem uma reunião urgente.
Eis o teor da mesma:
“Exmo. Sr. Presidente do Conselho de Administração do Hospital de Vila Franca de Xira, Dr. Carlos Andrade Costa
Dirigimos esta comunicação a vossa excelência revestidos num sentimento de sensibilidade adicional aos desafios que o Hospital Vila Franca de Xira tem registado nos últimos tempos motivados com a transição de gestão entre uma parceria público-privada para uma Empresa Pública do Estado. Estavam e estão os subscritores deste documento conscientes que a mudança iria trazer constrangimentos iniciais dadas as mudanças profundas à forma como até aqui o Hospital vinha a trabalhar. No entanto a expectativa é que 6 meses seriam suficientes para a implementação dos novos métodos. Mais recentemente, a um ritmo vertiginoso somos cada vez mais confrontados com situações desumanas, que escapam à compreensão de todos e que não são confortáveis nem para os utentes que transportamos nem tão pouco para os operacionais dos Corpos de Bombeiros que comandamos.
A situação caótica em que temos encontrado as urgências do Hospital tem causado constrangimentos vários no funcionamento dos Corpos de Bombeiros. Se por um lado podemos afirmar um sentimento profundo e vivenciado de aumento do número de horas de espera das ambulâncias por falta de recursos básicos como macas ou cadeiras de rodas, precisamos também que entenda que estes tempos de espera causam impactos vários nos recursos humanos das nossas instituições, que vão desde o simples aumento injustificado de horas de trabalho como até à dificuldade de satisfação de necessidades mínimas como a logística alimentar.
Preocupa-nos também a redução de meios disponíveis para fazer face a um eventual acidente grave ou catástrofe uma vez que existem dias num passado bem recente em que os Corpos de Bombeiros chegam a ter a sua frota de emergência médica toda bloqueada, por falta de recursos já mencionados para dar o seguimento normal às vítimas de doença súbita, acidentados transportados entre outros.
Sabemos que são constrangimentos que são do conhecimento público e estão a chegar ao Governo, à ARS e à administração do Hospital Vila Franca de Xira. Apesar de várias vezes terem sido demonstrados sinais de tentativa de resolução do problema, certo é que cada vez mais se agrava, sabendo todos nós antecipadamente e até com a relação histórica, que o período de maior afluência às urgências por razões de doença súbita (como a gripe por exemplo) se aproxima.
Solicitamos assim, com a urgência possível, a marcação de uma reunião com os Corpos de Bombeiros da área de influência do Hospital Vila Franca de Xira a fim de serem apuradas quais as medidas concretas que vão ser levadas a cabo pelo Hospital para a resolução deste problema.
Aguardamos a vossa resposta assim que vos for possível,
Por ordem alfabética, e em representação dos Corpos de Bombeiros de:
– Bombeiros Voluntários de Alcoentre
– Bombeiros Voluntários de Alenquer
– Bombeiros Voluntários de Alhandra
– Bombeiros Voluntários da Alverca
– Bombeiros Voluntários de Arruda dos Vinhos
– Bombeiros Voluntários de Azambuja
– Bombeiros Voluntários de Benavente
– Bombeiros Voluntários da Castanheira do Ribatejo
– Bombeiros Voluntários de Merceana
– Bombeiros Voluntários da Póvoa de Santa Iria
– Bombeiros Voluntários da Vialonga
– Bombeiros Voluntários de Vila Franca de Xira
Com conhecimento: Ministério da Saúde, ARS Lisboa e Vale do Tejo, Comando Operacional Distrital de Lisboa e de Santarém da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Instituto Nacional de Emergência Médica, Autarcas das áreas de influência do Hospital Vila Franca de Xira, Federação de Bombeiros do Distrito de Lisboa e de Santarém, Liga de Bombeiros Portugueses e demais comunicação social e opinião pública“