O surto de COVID-19 em Azambuja está em fase de resolução, afirmaram hoje as autoridades de saúde, na habitual conferência de imprensa diária.

“O foco da Azambuja, que já teve um grande impacto e muitos casos ativos há duas, três semanas, neste momento é um foco que está em resolução”, acrescentou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

Esta considera que o foco de contágio “tenderá a extinguir-se” e neste momento “não está francamente ativo e a gerar novos casos, estão a sair do surto mais pessoas do que as que estão a entrar”.

No entanto, estas declarações não convencem alguns autarcas porque, segundo estes, para além dos confinados não respeitarem a quarentena, sabe-se ainda que os testes previstos ao bairro foram interrompidos sem motivo aparente. Existem autarcas que consideram até que as autoridades “estão a brincar com o concelho”.

Para além de Azambuja, as autoridades de saúde referiram ainda que a estratégia para Lisboa e Vale do Tejo passou de uma testagem em massa para acompanhamento dos casos registados.

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, afirmou que a estratégia de “testagem massiva” na região, centrada sobretudo em empresas de construção civil e trabalho temporário, vai mudar e passar para “seguimento de casos ativos, que estão em vigilância”.

De acordo com a diretora-geral da saúde, no surto verificado nas últimas semanas na região de Lisboa e Vale do Tejo, a maior parte dos infetados refere-se a uma “população jovem, saudável e com doença muito ligeira, que tende a recuperar rapidamente” da COVID-19.

Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) revelam que o R nacional (ou seja, o nível de transmissão do vírus) “se mantém acima ou muito próximo de 1”, mesmo depois da entrada na fase de desconfinamento, considerando os valores relativos ao final de Maio e ao início de Junho.

A este respeito, sabe se agora que comparando com outros países, se pode verificar que Espanha tem um índice de contágio de 0,77, enquanto até países como a Noruega e a Áustria, que implementaram medidas de confinamento menos rigorosas, têm valores inferiores a Portugal, respectivamente 0,83 e 0,91.

Portugal contabiliza pelo menos 1.492 mortos associados à COVID-19 em 35.306 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Já o concelho de Azambuja, regista, à data de hoje, 91 casos ativos da doença, sendo 74 relativos à freguesia-sede do concelho.

(com Paulo Ferreira de Melo, Rute Fidalgo e Lusa)