As propostas para a alteração aos protocolos estabelecidos com a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Azambuja, no âmbito da criação de um grupo de intervenção permanente na Central Municipal de Operações de Socorro (CMOS) foram rejeitadas, na última reunião do executivo da Câmara Municipal de Azambuja, com os votos contra do PSD e do Chega.

Em causa estava a proposta de aumento dos valores que são transferidos anualmente para esta corporação por parte da autarquia. No entanto, e no entender da vereadora do Chega, Inês Louro, “este aumento é de 3780 euros anuais, o que equivale a 315 euros por mês, distribuídos por sete operacionais”, o que equivale a um valor de 45 euros para cada operacional.

Neste sentido, a vereadora considera que este valor proposto pela Câmara de Azambuja é insuficiente para fazer face ao aumento do Salário Mínimo Nacional, recordando que este sofreu um aumento de 40 euros entre 2019 e 2023, assim como aos efeitos da inflação, acrescentando ainda que esta verba não complementa os subsídios de Férias e de Natal.

Por sua vez, o vereador do PSD, Rui Corça, partilhou da mesma opinião que a autarca do Chega, propondo uma revisão dos valores atríbuidos anualmente às corporações de socorro do concelho. Para além das propostas que visavam os Bombeiros de Azambuja, o Executivo Municipal discutiu ainda a alteração dos protocolos estabecidos com os Bombeiros de Alcoentre e Cruz Vermelha de Aveiras, tendo estas sido aprovadas com os votos contra dos vereadores do PSD e do Chega.

Para a próxima segunda-feira, dia 23 de janeiro, foi agendada uma reunião extraordinária da Câmara Municipal de Azambuja, com o único objetivo de discutir e aprovar as duas propostas relacionadas com os Bombeiros de Azambuja.

PSD pede retirada do pelouro da Proteção Civil à vereadora Ana Coelho

Os vereadores António José Matos e Ana Coelho foram impedidos de votar estas duas propostas, uma vez que, no caso do vice-presidente, o motivo prende-se pelo facto de este pertencer aos corpos sociais da Associação Humanitária dos Bombeiros de Azambuja; já no caso da vereadora, e conforme avançou o presidente da Câmara Municipal, Silvino Lúcio, no decorrer desta sessão, o motivo prende-se pelo facto de esta “se encontrar a viver maritalmente” com o comandante dos Bombeiros de Azambuja, Ricardo Correia.

Desta forma, e após a explicação dada pelo autarca, Rui Corça, vereador do PSD, solicitou que o pelouro da Proteção Civil fosse retirado imediatamente a Ana Coelho, uma vez que está em causa o “conflito de interesses e a segregação de funções”.

Contudo, esta ideia foi rejeitada por Silvino Lúcio, acrescentando que é ele “o responsável máximo pela Proteção Civil no concelho”, e não a vereadora com esse pelouro, rejeitando a existência de um alegado conflito de interesses.

Por sua vez, o vereador do PSD não ficou satisfeito com a explicação dada pelo presidente da Câmara de Azambuja, e acrescentou que vai pedir à Direção Geral das Autarquias Locais (DGAL) que analise a questão, dada a sua “incompatibilidade”.