Esta é uma peregrinação fluvial de carácter religioso e cultural e que
irá percorrer o Tejo. É um percurso de mais de 340 km que será
percorrido quase sempre pelo rio.
Sendo o núcleo central do Cruzeiro constituído por barcos tradicionais
sendo de destacar as bateiras, que são os barcos tradicionais dos
pescadores avieiros e que foram eternizados por Alves Redol no seu livro
“Os Avieiros”.
O Cruzeiro tem diversos objectivos um deles é celebrar e lembrar a
memoria do Tejo quando era um espaço a fervilhar de actividade e a
verdadeira autoestrada para o transporte de mercadorias e de pessoas.
Que ao longo do tempo foi perdendo a sua importância e actividade no
transporte de bens e pessoas. Em Vila Velha de Ródão terá acabado com a
chegada do comboio no final do sec. XIX e em Abrantes terá acabado em
1944 com a chegada da camioneta. Ficaram as comunidades piscatórias ao
longo de todo o rio e que ainda hoje mantêm as as suas actividades de
pesca.
Em virtude das dificuldades e dos perigos da navegação fluvial todas
estas comunidades sempre tiveram um grande fervor religioso. É na
sequencia de um conjunto de estudos realizados pelo Instituto
Politécnico de Santarém sobre os Avieiros e em conjunto com a Igreja
Católica que nasce a Nossa Senhora dos Avieiros e do Tejo, em honra de
quem é realizado o Cruzeiro Religioso e Cultural do Tejo. A imagem da
Nossa Senhora do Avieiros e do Tejo foi consagrada na catedral de
Santarém, pelo bispo de Santarém e foi corada em Vila Velha de Ródão
pelo bispo de Portalegre e foi abençoada pelo Patriarca de Lisboa na
Azambuja.
O Cruzeiro está também envolvido na candidatura da Cultura Avieira a
Património Mundial.