O alerta foi dado em reunião de câmara, no passado mês de dezembro, pelo presidente da Junta de Freguesia de Aveiras de Cima, António Torrão. Para aquela vila, foi comprado um novo terreno para expandir o terreno atual, contudo, este ainda não se encontra disponível, apesar de já ter sido adquirido pela autarquia há mais de dois anos.

Ora, numa vila onde a população é maioritariamente idosa, e onde morrem pessoas (quase) todos os dias, onde estão a ser enterrados os novos cadáveres? O Correio de Azambuja falou com o presidente da Junta de Freguesia de Aveiras de Cima, António Torrão, que nos esclareceu que “até ao momento, os falecidos têm ido para as campas das famílias. Caso haja um caso em que isto não acontece, levantamos cadáveres. Terrenos novos não há”.

A lei obriga que, ao fim de três anos, as ossadas sejam levantadas, de forma a dar espaço para novos enterros. Sabe-se que a Junta de Freguesia também já não está a aceitar a compra de covas, e entretanto já pensou disponiblizar gavetões para estes casos, embora a população não aceite esta alternativa.

“Temos ainda outra questão: temos um lar de idosos aqui na vila, ou seja, por causa da Segurança Social, os utentes são obrigados a mudar as moradas, e passam a ser moradores da freguesia, logo, e segundo a lei, têm direito de ser enterrados aqui, mesmo que nunca tenham residido em Aveiras”, acresentou Torrão.

Para já, resta à freguesia de Aveiras de Cima estar dependente da libertação de espaço do cemitério atual, visto que ainda é necessário lançar o projeto concursal para o início das obras do novo cemitério. “Falta lançar o concurso, arranjar a verba necessária (uma vez que as obras têm um valor estimado acima de 200 mil euros), fazer o projeto e as obras”, é a resposta do vereador Silvino Lúcio, que não sabe quanto tempo poderá demorar até as novas instalações estarem prontas.

Este tempo de execução, e também de acordo com o vereador, contactado pelo Correio de Azambuja, está dependente do tipo de concurso a ser lançado. “Tudo indica que será um concurso público, e se for demorará mais tempo. Se for um concurso privado, é menos tempo”.

[Notícia publicada na edição de janeiro do Correio de Azambuja, atualizada com as declarações de António Torrão]