29 julho 2018
O Aveiras de Cima Sport Clube é mais uma colectividade que dá a volta e sobrevive às dificuldades impostas pela falta de verbas. Luísa António, presidente da Direção, diz que a maior delas está nas infraestruturas que o clube precisa para crescer mas que não tem dinheiro para construir.
Gerir 150 atletas, distribuídos por 7 equipas, não é fácil. Não é por isso, no entanto, que a Direção do Aveiras de Cima Sport Clube baixa os braços. Na conversa que tivemos, Luísa António, presidente, começou mesmo por dizer que o executivo que dirige “nem tem muitas dificuldades”. Faltam-lhes infraestruturas e esse é, para si, o maior obstáculo que enfrentam atualmente.
O terreno onde está situada a sede do Aveiras de Cima Sport Clube não pertence à coletividade ou a algum residente na vila. Tão pouco pertence à Câmara Municipal de Azambuja, apesar do investimento que a autarquia fez ali, em 2011, aparentemente sem autorização da proprietária. Mas essa é uma questão que está, ainda assim, mais assegurada agora do que há sete anos atrás, com a alteração do testamento que passou a dar usufruto do espaço ao “Aveiras” durante 30 anos após a morte da benemérita.
Para a Direção do clube, as necessidades de investimento não deixam, porém, de estar bem identificadas e as ideias de ampliação claramente definidas. É preciso aumentar os balneários e construir uma sala de apoio, esta última para funcionar como ginásio e recinto de eventos. Com este espaço, o objetivo é dotar a sede do clube de uma infraestrutura que lhe permita gerar alguma receita. Por outro lado, a meta passa também por fortalecer a ligação entre os pais dos atletas e a instituição: “Muitos pais vão pô-los [aos treinos] e seguem para outra atividade, e se pudessem fazê-la lá era óptimo”.
O transporte de atletas, quando as equipas jogam fora, é outro problema. “Temos 7 equipas a jogar, tem de ser muito bem gerido. Uns jogam ao sábado, outros ao domingo, uns à mesma hora… é muito complicado”. Na época que agora terminou, o Aveiras de Cima Sport Clube percorreu, no total, 7 mil 980 quilómetros. “Gastámos muito dinheiro, e mesmo assim temos a colaboração das Juntas de Freguesia de Aveiras de Cima e de Aveiras de Baixo, sem eles não conseguíamos. Alugamos os autocarros à Câmara de vez em quando, mas não temos dinheiro para o fazer sempre”.
E a lista continua. A rega da relva sintética que cobre o Campo 1º de Abril é também uma dificuldade. Para a fazer são necessárias quantidades elevadas de água, o que se traduz numa despesa insustentável. “De vez em quando a Câmara vem cá pôr água; tem sido também a SIVAC, que nos deixa encher as cisternas, e o avô de um atleta, que também vai encher a cisterna a uma quinta que ele tem”. Criar uma captação de água é, por isso, “o objetivo maior” e, talvez, mais urgente.
Mas, apesar de tudo, o clube não pára. Há pais que também são dirigentes, outros que ocupam o banco como treinadores. Conjugam-se esforços e o trabalho de equipa vai mantendo o futebol do “Aveiras” em movimento, há já 57 anos.