Como já referido, a Avipronto reabriu ontem as suas portas, com 30 funcionários, divididos em dois turnos de laboração. Inicialmente, estava previsto que a empresa reabrisse com metade dos funcionários, o que corresponderia a 150 trabalhadores da empresa. 

Segundo Mário Durval, Delegado de Saúde da Região de Lisboa e Vale do Tejo, contactado pelo Correio de Azambuja, “a Avipronto testou todos os trabalhadores e irá promover a realização de mais testes supervisionados pela autoridade de saúde, de modo a garantir que só trabalhadores não infetados permanecem no trabalho”. 

Em relação às medidas tomadas para evitar uma nova propagação do vírus, o Delegado de Saúde explica que estas “dirigem-se sobretudo para o isolamento dos trabalhadores infetados”, e garante que não há nenhuma possibilidade de contaminação dos alimentos, uma vez que, “no processo de produção, os trabalhadores usam máscara e outros meios de barreira como as luvas e as batas”. 

Mário Durval, relembre-se, foi um dos participantes na reunião de ontem, promovida pela autarquia, e que contou com a visita dos Secretários de Estado da Economia, João Neves, e dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, que é também o coordenador do combate à pandemia para a região de Lisboa e Vale do Tejo.

Neste encontro, foi pedido aos responsáveis das principais empresas de logística do concelho que possam criar horários e turnos de trabalho desfasados, bem como implementar todas as medidas de segurança nas suas instalações, em particular nos refeitórios e balneários, e dar a formação necessária a todos os trabalhadores para que ponham em prática as medidas de proteção individual.

O presidente da autarquia, Luís de Sousa, em declarações aos jornalistas, à saída da reunião de ontem
(Imagem: CM Azambuja)

O objetivo “é garantir que a laboração desta zona empresarial esteja assegurada, considerando a importância económica e estratégica da plataforma logística que abastece de muitos bens toda a zona sul do país, incluindo a grande Lisboa”, explica a autarquia.

Foram cerca de três dezenas de responsáveis por algumas das maiores empresas de logística do concelho que estiveram presentes neste encontro, que contou ainda com a presença de presidentes de junta; do presidente da Assembleia Municipal; de representantes das forças de segurança e de Proteção Civil; de três deputadas da Assembleia da República; e ainda do Presidente da Administração Regional de Saúde, Luís Pisco.

Agendada para quinta-feira reunião com a CP e o Ministro das Infraestruturas

Entretanto, foi agendada para a próxima quinta-feira uma reunião, por videoconferência, entre a autarquia, os empresários e os responsáveis das empresas Comboios de Portugal (CP) e Infraestruturas de Portugal (IP), com a participação de Pedro Nuno Santos, Ministro das Infraestruturas, e de Duarte Cordeiro, “com vista a serem encontradas as melhores soluções no que se refere aos comboios que servem a linha de Azambuja”, lê-se em comunicado de imprensa enviado pela autarquia.

Recorde-se que nas zonas industriais de Vila Nova da Rainha e Azambuja operam cerca de 230 empresas, que empregam um total aproximado de 8500 trabalhadores, muitos dos quais utilizam o comboio.

Em comunicado, o Ministério das Infraestruturas e da Habitação defende que os comboios que servem a linha de Azambuja registam uma lotação inferior aos 2/3 permitidos por lei.

“O primeiro comboio da linha da Azambuja que chegou esta segunda-feira à estação do Espadanal [que serve a plataforma logística] trazia 108 pessoas a bordo, numa automotora que tem capacidade para 700 pessoas”, explica o Ministério, que mostra ainda que o primeiro comboio a chegar à estação do Espadanal, vindo de Lisboa, “registou uma lotação, em hora de ponta, de 15,4%”.

“Mesmo antes da pandemia, e já depois da inclusão do passe único, a média de lotação destes comboios já era inferior a 50%”, assegura a tutela dos transportes.