Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), admite que a Sonae “não anda a testar todos os seus trabalhadores na Azambuja, brincando com a sua saúde”.

De acordo com este sindicato, a empresa só começou a testar os seus trabalhadores após terem surgido os primeiros casos do vírus no entreposto, tendo anunciado que iria proceder ao teste aos cerca de três mil funcionários da Sonae, algo que até ao momento ainda não aconteceu, como “não há intenção de o fazer”.

Para já, só estão a ser testados os 800 trabalhadores da Sonae MC, ou seja, os armazéns da área alimentar, onde foram detetados os primeiros casos. Até ao dia de hoje, e de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), já foram realizados mais de 300 testes, de onde 121 deram positivo ao SARS-Cov-2.

Para o CESP, a realização dos testes num só armazém, é uma decisão “irresponsável, na medida em que a entrada nas instalações é a mesma para todos os trabalhadores do complexo”, que engloba outras empresas do universo Sonae, tais como a DHL, a Maxmat, a Fashion Division, a Worten, entre outras.

O sindicato alerta ainda para o facto de os funcionários afetos a estas empresas partilharem espaços interiores comuns, bem como os transportes públicos.

“O CESP exige que a empresa cumpra com as suas obrigações de zelar pela saúde dos seus trabalhadores, que neste caso particular, até acontece a meio de uma crise de saúde pública”, escreve o sindicato na mesma missiva, acusando ainda a empresa de “distorcer a realidade” e de “faltar ao compromisso com a segurança e saúde no trabalho”.