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Num comunicado dirigido a todos os munícipes, o presidente da Câmara de Azambuja fala em “aproveitamento político infeliz” por parte dos vereadores do PSD, que, segundo o edil, “têm dito que estão disponíveis”.
Relembre-se que, há cerca de duas semanas, o PSD apresentou uma moção na qual apresentava algumas medidas para mitigar os efeitos económicos e sociais da COVID-19. Algumas destas medidas foram, entretanto, aprovadas pela autarquia na última reunião de Câmara, no passado dia 7.
Na mesma reunião, o vereador do PSD Rui Corça acusou o presidente da Câmara de ter falhado com o seu compromisso em se reunir com os vereadores, o que desencadeou uma troca acesa de palavras entre ambos, a acrescentar à discórdia sobre a execução de algumas medidas, tais como a isenção do IMI e das faturas da água, por exemplo.
Neste ponto, acrescente-se, Luís de Sousa e o vereador Silvino Lúcio (PS), consideram que estas medidas não fazem sentido, uma vez que “nem toda a gente perdeu rendimentos durante a pandemia” e cuja dispensa iria acarretar “uma grande despesa” para a Câmara Municipal.
No mesmo comunicado, Sousa esclarece ainda que algumas destas medidas propostas pelo PSD “não foram simplesmente rejeitadas” pela autarquia, uma vez que a implementação de algumas “não é permitida pela legislação ou porque já tinham sido implementadas pela Câmara ou porque já tinham sido pensadas por nós e estavam em avaliação”.
O edil acrescenta ainda que, atualmente, a autarquia está a “equacionar a adoção de novas medidas que respondam a necessidades decorrentes de novas imposições legais e que transtornam o nosso dia-a-dia”, como é por exemplo a disponibilização de equipamento informático aos alunos.
Contudo, nos últimos dias, e segundo Sousa, o PSD tem vindo a fazer diversas publicações, nas redes sociais, dirigidas ao presidente. Uma estratégia, considera o edil, “típica de quem se acha único intérprete do interesse municipal e considera que no poder autárquico só está gente que nada faz em prol dos seus munícipes”.
Autarquia comprou testes de rastreio à COVID-19 à Biosurfit
Adquiridos em dezembro – num valor de mais de 15 mil euros, todo pago pela Câmara Municipal, incluindo os consumíveis -, estes cinco equipamentos Spinit estão a aguardar por luz verde para “poderem ser instalados nas unidades de saúde do concelho de Azambuja”.
A ideia desta compra seria, inicialmente, a de implementar, em todas as unidades de saúde do concelho, um instrumento de diagnóstico em Point of Care, que disponibiliza testes rápidos de análises, providenciando resultados ao médico ou enfermeiro em “aproximadamente cinco minutos”.
Contudo, e até hoje, a autarquia está “a aguardar o protocolo e a elaboração de algumas normas, dirigidas aos profissionais de saúde, para a utilização deste equipamento”, razão pela qual os equipamentos não podem ainda estar a ser utilizados. A autarquia acrescenta que “toda a formação dos técnicos e investimento” ficaria “a cargo da Câmara”.
Relembre-se que este município quer agora, e com urgência, aproveitar estes equipamentos para rastreios à COVID-19 nas corporações de Bombeiros, Cruz Vermelha e IPSS do concelho, “para triagem de grupos de risco”.
Imagem: Correio de Azambuja/Arquivo