Foi ontem à noite, durante a cerimónia na Casa do Povo de Aveiras de Cima, que a presidente da estrutura feminina do Partido Socialista (PS), Inês Louro, fez o pedido.

Nesta tomada de posse, falou-se de assuntos como a igualdade de género e a paridade na política. A também presidente da Junta de Freguesia de Azambuja lembrou que, em toda a Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, “apenas existe uma mulher presidente de câmara”.

Inês Louro, na sua intervenção, lembrou que esta estrutura feminina à qual preside, “[não pretende ser] concorrência a nenhuma estrutura já existente no concelho, mas sim [funcionar] como um apoio”.

Com esta concelhia das mulheres socialistas, Inês Louro acredita que o PS se torne um “partido melhor preparado para servir o concelho e as freguesias”.

Problema do aterro não foi esquecido

Na intervenção de José Braz, secretário coordenador da concelhia de Azambuja do PS, este ressalvou que “no momento, o PS está a passar por uma fase delicada”, referindo-se à questão do aterro da Triaza.

“Eu fui um dos que assinou a favor deste aterro, e não me arrependo, porque o que nos foi dito na altura foi que ele seria para receber resíduos inertes”, acrescentou o também membro da Assembleia Municipal.

“Vamos olhar para o futuro. Sabemos que a questão do aterro vai ser um cavalo de batalha da oposição”, acrescentou Braz, que apelou a que, “[nas próximas eleições autarquicas], o PS atinja a maioria”.

Para José Braz, a questão da Triaza não “vai abalar a atividade e a história do PS no concelho”. O presidente da Câmara Municipal, Luís de Sousa, remeteu-se ao silêncio sobre este tema, mas partilhou da mesma opinião que Braz.

E acrescentou: “como sabem, não me vou recandidatar à Câmara, mas vou manter o cartão de militante. Serei sempre do PS e espero que, nas próximas eleições, a Câmara volte a ser PS, e quem sabe, sejamos PS em todas as juntas de freguesia”.

O atual vice-presidente da autarquia e futuro candidato à presidência da Câmara Municipal em 2021, Silvino Lúcio, apelou a que se aumente o número de militantes (atualmente são cerca de 400 no concelho), recuperando os antigos e chamando outros novos.

Porém, o também vereador da autarquia reconheceu que “[reconquistar a confiança dos eleitores] será um caminho difícil”. Luís de Sousa pediu a todos que dessem as mãos “e, perdoem-me a expressão, que nos deixemos de mariquices”, de forma a trazer bons resultados para o PS nas próximas autárquicas.

Sobre a estrutura feminina, Sousa deu força às mulheres que integram esta secção – de onde faz parte a sua filha, Cristina de Sousa -, acrescentando que não é “contra as mulheres” e sim “a favor” destas. Relembre-se que, na cerimónia de apresentação da lista da concelhia feminina, no passado mês de janeiro, o presidente da autarquia disse não entender a criação desta estrutura.

Jovens “são o futuro” do concelho

Na mesma tomada de posse, esteve ainda presente o líder da Juventude Socialista (JS) de Azambuja, Gonçalo Ferreira, que parabenizou esta nova estrutura socialista. “Acho muito bem que Azambuja tenha uma secção dedicada às mulheres. Azambuja, desta forma, está na vanguarda”, proferiu o representante da JS.

Para José Braz, esta organização “tem sido um pilar de força no nosso concelho”, e lembrou que, “sem juventude, não há futuro”.

Imagem: Rute Fidalgo/Correio de Azambuja