29 janeiro 2018

Luciene Bonfim Barroso
Luciene Bonfim Barroso

Na nossa edição de janeiro, destacamos, como figura do mês, Luciene Bonfim Barroso. Conversámos com a personal trainer sobre o seu percurso e o estilo de vida saudável que adotou, que concilia com o dia-a-dia de profissional, mãe e dona de casa.

Instrutora certificada de Cardiofitness e Musculação, com uma pós-graduação em Personal Trainning e formação em Aconselhamento Nutricional, Luciene Bonfim Barroso mostra que é possível manter uma vida fisicamente ativa, sem que isso comprometa a vida familiar ou profissional. Acredita que o exercício físico faz a diferença na qualidade de vida das pessoas e tem a prova não só no seu próprio exemplo, mas também no das alunas que acompanha diariamente no Gym Atrium.
O exercício físico sempre fez parte da sua vida. No Brasil, onde nasceu, os treinos eram um hábito que mantinha. Chegou até a considerar a formação na área e uma carreira na Educação Física, mas o seu caminho, na altura, acabou por não a levar por aí. Trouxe-a antes até Portugal e à Azambuja, em dezembro de 2001. Vinda de um clima tropical e de um meio que acolhe mais habitantes, conta-nos que a sua adaptação à vila não foi fácil. Hoje em dia, como mãe, prefere viver num meio mais pequeno e criar as suas filhas aqui. Trabalhou num restaurante, em Casais dos Britos, onde conheceu o seu marido, Nuno, e é aí que “a história muda toda”. O caminho que a tinha afastado de uma profissão na área do Desporto e da Condição Física foi o mesmo que a trouxe de volta e, em 2005, Luciene e Nuno inauguram o Gym Atrium, em Azambuja.
Nessa altura, Luciene apostou na formação e com ela descobriu outra paixão: a Nutrição. Explica-nos que são áreas que andam sempre ligadas, “uma complementa a outra e se uma pessoa não tiver cuidado com a alimentação depois acaba também por não ter os resultados que quer”.
A curiosidade e o interesse fizeram-na querer saber mais e aprofundar conhecimentos, com uma formação na área. Defende que a alimentação saudável não tem que ser “monótona”, muito menos que implique passar fome. O que é preciso é “saber que tipo de alimentos podemos consumir e que melhor se adaptam ao nosso organismo. Ninguém vive só de brócolos e pescada o tempo todo”. Foi exatamente por esse motivo que começou a adaptar receitas e a criar novas, e há cerca de dois anos que as partilha na sua conta de Instagram. Ali, além das receitas, partilha também as suas rotinas de treino, que concilia com o dia-a-dia de profissional, mãe e dona de casa. Encontrou, naquele espaço, uma forma de mostrar que é possível compatibilizar todas estas facetas e, assim, incentivar outras pessoas a fazê-lo.
Mas, afinal, como é que se consegue esse equilíbrio? Luciene tem a resposta na ponta da língua: “força de vontade, foco e organização”. Adianta que “às vezes, como qualquer outra pessoa, não apetece treinar ou cozinhar, mas se não fizermos ninguém vai fazer por nós. Depois as coisas acabam por correr bem, torna-se uma rotina, acaba por se fazer”. No Instagram já são 36 mil os seguidores que acompanham as suas dicas. “Eu já seguia algumas pessoas e até foi o Nuno que me incentivou a começar a publicar também”. Acredita que o sucesso da conta se deve à “empatia do outro lado”. “As pessoas participam, há comentários, há imensas perguntas” e os testemunhos que vai recebendo fazem-na sentir que aquela vertente motivacional vale a pena.
Tem tido provas disso também no terreno, fora das redes sociais. No ginásio que gere, são cada vez mais os clientes que recorrem aos treinos personalizados: “as pessoas começam a perceber que aquele acompanhamento personalizado, durante meia hora ou uma hora, é um acompanhamento completamente diferente. Estar sempre ali alguém, ter uma marcação e o compromisso de ir, a parte das dicas de nutrição e alimentação… A diferença é brutal”, assegura.
Este estilo de vida saudável também tem as suas excepções e Luciene faz questão de ter os seus “dias de equilíbrio”. Defende que “ninguém tem que viver a 100% para a vida de ginásio e de alimentação saudável” e que os extremismos “não funcionam”. No fundo, além da “disciplina e determinação para poder alcançar os objetivos”, o equilíbrio desempenha também um papel fundamental, porque afinal “se não estivermos felizes nada à nossa volta está feliz também”.
TH 2018