A Vila de Azambuja inaugurou, no passado dia 13 de maio, um memorial de homenagem à tradicional “Praça da Jorna”, no local exato onde ela acontecia – o Largo do Rossio. Tratou-se de uma iniciativa conjunta do Município e Junta de Freguesia de Azambuja, que pretendeu preservar esse elemento da identidade local e da história socioeconómica da comunidade.

A “praça da jorna”, realidade nas décadas de meados do século 20, mais não era do que o encontro entre a oferta e a procura de trabalho nos campos agrícolas de Azambuja. Acontecia num espaço público, central por excelência, onde se juntavam diariamente os homens do povo à procura de um patrão que lhes desse trabalho e sustento por algum tempo.

O evento inaugural contou com um tempo de conversa livre, no qual interveio o Presidente da Câmara, Silvino Lúcio, o Presidente da Junta de Azambuja, André Salema, os cidadãos Firmino Amendoeira e Maria do Carmo Dias, que na sua infância e juventude testemunharam na primeira pessoa a “praça da jorna”, e, ainda, o escritor Américo Brás Carlos, natural deste concelho, estudioso dessa época e autor do livro “A greve camponesa de 8 de maio de 1944 em Azambuja e no Baixo Ribatejo”, obra do mesmo contexto histórico.

A cerimónia de inauguração abriu com um momento cultural de recriação histórica da tradicional “praça da jorna”, pela Associação Terra Velhinha, grupo azambujense que se tem dedicado à pesquisa e salvaguarda do património etnográfico e sociocultural desta terra e das suas gentes.

Este conjunto escultórico “Praça da Jorna”, instalado no Largo do Rossio, bem no coração de Azambuja, é da autoria do artista plástico Pedro Marques.