O Agrupamento de Escolas Vale Aveiras (AEVA) organizou uma conferência sobre a Violência em Meio Escolar. O debate aconteceu esta quarta-feira, dia 10 de maio, na Casa do Povo, e contou com a presença de vários oradores.

De acordo com a diretora do AEVA, Lourença Simões, esta conferência é importante para “discutir perspetivas que permitam minimizar o problema” da violência dentro das escolas. Esta problemática, segundo o psicólogo Paulo Sargento, um dos oradores da iniciativa, afeta “entre 150 a 170 milhões de jovens” em todo o mundo, o que acaba por ter reflexo na saúde mental.

São estas consequências que a equipa da EMIC Azambuja pretende mitigar junto da comunidade escolar do concelho. Desta forma, explicou Pedro Reis, psicólogo da autarquia, o projeto, lançado em março de 2018, quer acabar com as relações de dominador/dominado, transformando-as numa relação de cooperação e igualdade.

Ao mesmo tempo, a EMIC procura também promover o sucesso escolar e a igualdade dentro da comunidade. Esta conferência contou ainda com a participação do Presidente da Comissão de Protecção às Vítimas de Crimes, e antigo inspetor da PJ, Carlos Anjos. Este lembrou que, muitas vezes, existe um abandono completo da vítima. Por isso, defende um maior acompanhamento das mesmas, porque “todos podem ser vítimas de crime”, sem excepção.

Ao mesmo tempo, sublinhou ainda que, na maioria das vezes, as vítimas não recebem qualquer tipo de indeminização, e por isso, o Estado deve garantir estas compensações. No entanto, as agressões, reforçam, não são apenas físicas. Por isso, Carlos Anjos abordou ainda a questão do cyberbullying, que leva ao suícidio de cerca de 1000 pessoas por ano.

Ainda na sua visão, é necessário trabalhar não apenas com as vítimas, mas também com os agressores, para minimizar as situações de violência. Já Telmo Jorge, da Escola Segura, referiu que este projeto procura “trabalhar a prevenção” dos riscos e dos conflitos. No mesmo sentido, lembrou que a Escola Segura “foi o embrião do policiamento comunitário”.

Por outro lado, defendeu que o bullying e a violência escolar só poderá acabar com esta prevenção e ainda com a sensiblização dos agrupamentos de escolas para o problema. Esta conferência na Casa do Povo contou ainda com a participação de Nuno Santos, que apresentou o projeto SmileDog. Este promove sessões de terapia com recurso a cães terapeutas e está em funcionamento no AEVA.

Por fim, também o presidente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio, marcou presença na iniciativa, reforçando que o tema da violência escolar ainda está muito presente na realidade, e que, por isso, é imperativo discuti-lo. Contudo, o autarca reforçou a confiança quer dos agrupamentos de escolas, quer das equipas da Câmara de Azambuja, na resolução do problema, e por isso, espera que “esta seja a última vez que nos juntamos para discutir o tema”.